A
aplicação de jogos digitais em propostas de ensino-aprendizagem é conhecida, em
língua inglesa, como digital game-based learning (DGBL) (PRENSKY, 2007). Em
língua portuguesa ainda não há um consenso sobre a terminologia, sendo uma
alternativa: aprendizagem baseada em jogos digitais.
Jean
Piaget, epistemólogo suíço, considerava as ações do homem como a base de todo
comportamento humano. Para ele, ensinar supõe criar situações compatíveis com o
nível de desenvolvimento da criança, que venham acompanhadas de ações e
demonstrações integradas à prática pedagógica do professor. Quando pensamos em
seus pressupostos relacionados ao uso de jogos digitais educacionais, estes nos
remetem aos esquemas de assimilação que, segundo Piaget, a criança utiliza no
seu desenvolvimento intelectual e o quanto os jogos trabalham na perspectiva de
esquemas de assimilação para avançar nas etapas propostas pelo jogo. (Ribeiro,
et.al., 2015, p, 6).
Lev
Vygotsky, cientista bielorrusso, desenvolveu suas teorias a partir do
pressuposto que o desenvolvimento cognitivo do ser humano não pode ser
entendido sem as referências ao contexto social e cultural no qual o homem está
inserido. A aprendizagem acontece mediada por fatores sociais, históricos e
culturais, que convivem no espaço onde as relações de ensino e aprendizagem
acontecem. A cultura digital na qual estamos imersos é um desses fatores
apontados por Vygotsky, tendo os jogos digitais educacionais papel fundamental
nas ações interacionistas que aproximam o estudante da escola, aqui entendida
num sentido mais amplo. A criação de um jogo educacional que parte de um
referencial interacionista, como a teoria defendida por Vygotsky, tem na
essência de sua concepção bases didático pedagógicas que vão consolida-lo como
ferramenta consistente de ensino e não apenas como mais um elemento usado para
diversificação no aprendizado. (Ribeiro, et.al., 2015, p, 6)
RIBEIRO, Rafael João; JÚNIOR,
Nelson Silva; FRASSON, Antonio Carlos; PILATTI, Luiz Alberto; SILVA, Sani de
Carvalho Rutz da. Teorias de Aprendizagem em Jogos Digitais Educacionais: um
Panorama Brasileiro. CINTED-UFRGS. V. 13 Nº 1, julho, 2015.
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